Em finais do século XIV, o Arquivo Real passou a ficar guardado no Castelo de São Jorge, em Lisboa, na torre "albarrã", também chamada "torre do haver". Aí ficaram depositados, além dos documentos de carácter financeiro e diplomático, as demarcações dos bens reais, ou tombos, que acabaram por dar o nome à torre.
Primeira organização
Nos séculos seguintes tomaram-se as primeiras medidas para a organização do Arquivo: o rei D. Manuel I ordenou a chamada "Leitura Nova", com o objectivo de preservar documentos que se encontravam danificados ou cuja leitura se tornava menos acessível. Pela mesma altura se estabeleceram as primeiras normas de regulamentação e data de 1523 o primeiro inventário, realizado por Cristóvão de Benavente, e de 1526 o primeiro regulamento, exectutado pelo escrivão Tomé Lopes.
Assaltos, roubos e desastres naturais afectaram por diversas vezeso acervo da Torre da Tombo. O desmoronar da Torre na sequência do terramoto de 1755 impôs a primeira mudança de instalações, empreendida pelo guarda-mor de então, Manuel da Maia, altura em que se levou a cabo uma nova reorganização.
| Arquivo Nacional
Em 1823, um decreto de D. João VI estabelece um novo regulamento, passando pela primeira vez a designar-se a Torre do Tombo por Arquivo Nacional. Com o liberalismo e a extinção de inúmeras instituições - Tribunal do Santo Ofício, Desembargo do Paço, Conselho da Fazenda, Ordens Religiosas, etc., a Torre do Tombo assume plenamente as suas funções de arquivo nacional no sentido em que os arquivos de todas essas instituições foram mandados recolher na Torre do Tombo.
Se é certo que esta determinação não foi plenamente cumprida - muitas insituições não entregaram os seus arquivos, ou fizeram-no apenas parcialmente, e noutros casos, os respectivos cartórios foram desembrados e incoporados em diferentes repartições de diferentes organismos estatais, esta súbita incorporação de grandes proporções impôs em 1839 um novo regulamento que se manteve até 1902.
Descentralização
Novas incorporações em princípios do século XX impulsionadas por Júlio Dantas, Inspector das Bibliotecas Eruditas e Arquivos, tornaram impraticável a manutenção da Torre do Tombo como arquivo único nacional. Foi então decidida a criação dos Arquivos Distritais que ía, também, ao encontro das aspirações locais, avessas à entrega dos seus patrimónios. 1.2. 3 |