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Tipo: Fundo    Dimensão: 21 ex.    Datas: séc. XVIII (finais) - séc. XX
História:
Com ascendência em António de Macedo (século XVI), vários membros desta família serviram na praça de Mazagão, no Norte de África, até ao seu abandono em 1769 por ordem do Marquês de Pombal.

Mais recentemente, deve referir-se João Maria Ferreira do Amaral, assassinado pelos chineses em 1849, sendo governador de Macau. Foi segundo marido de D. Maria Helena de Albuquerque, baronesa de Oliveira Lima, título que lhe foi concedido pelo rei D. Luís por Decreto de 18 de Outubro de 1883, sendo já viúva de seu terceiro marido, conselheiro Manuel Jorge de Oliveira Lima.

Destacou-se também Francisco Joaquim Ferreira do Amaral (1844-1923), governador de Moçâmedes, de São Tomé, de Angola e da Índia (101°), filho de João Maria Ferreira do Amaral e de D. Maria Helena de Albuquerque. Durante o seu governo em Angola, Capelo e Ivens fizeram a travessia do continente africano, e processou-se a colonização do sul do território, nomeadamente com .a implantação de uma colónia madeirense no planalto de Huíla. Foi deputado em várias legislaturas, ministro da Marinha, dos Negócios Estrangeiros (interino), Par do Reino, membro do Instituto de Socorros a Náufragos, da Junta Geral das Missões Ultramarinas e do Instituto Ultramarino, inspector do Arsenal da Marinha, presidente da Sociedade de Geografia, tendo nesta qualidade, organizado as comemorações do IV Centenário da Descoberta da Índia. Após o regicídio, presidiu ao ministério de que fizeram parte Campos Henriques, Venceslau de Lima, Sebastião Teles, Manso Espregueira, Augusto de Castilho e Calvet de Magalhães.

É actual representante da família Augusto Martins Ferreira do Amaral, filho de João Maria Barreto Ferreira do Amaral, 2° barão de Oliveira Lima, licenciado em Direito, advogado, historiador, membro do Partido Popular Monárquico, vogal do Conselho de Nobreza. Exerceu os cargos de secretário de Estado da Estruturação Agrária e de ministro da Qualidade de Vida do Governo Central.
Descrição:
A maior parte da documentação pertence a Francisco Joaquim Ferreira do Amaral (caixas 2 a 14 e 17 a 21).

Trata-se, fundamentalmente, de correspondência recebida de familiares e amigos, entre as quais se destacam personalidades de renome na época, para além dos reis D. Carlos e D. Manuel II, rainhas D. Amélia e D. Maria Pia, e do infante D. Afonso. Outra parte da correspondência foi-lhe enviada por entidades de diversa natureza, podendo referir-se, a título de exemplo, a Sociedade de Geografia de Lisboa e de Madrid, o Ateneu Comercial de Lisboa e do Porto, a Academia de Estudos Livres, a Universidade de Coimbra, a Academia Real de Belas Artes, a Associação de Classe dos Engenheiros Maquinistas, o Centro Democrático Duarte Leite, o Clube Militar Naval, a Sociedade do Palácio de Cristal Portuense, a Expedição Árctica Francesa, os Établissements Français du Golfe de Guinée, a Câmara Municipal de Luanda, a Junta Consultiva do Ultramar, a Presidência do Conselho de Ministros, o Ministério do Reino, o Ministério dos Negócios Estrangeiros, a Secretaria Geral do Governo de São Tomé, etc. Existem também impressos (relativos ao cruzador Vasco da Gama; ao contrato para a construção do porto de Mormugão, ao caminho de ferro da Índia Portuguesa e outras obras; à comemoração do IV Centenário da Descoberta da Índia: cortejo e homenagem cívica), exemplares de vários periódicos (Boletim Oficial do Governo do Estado da Índia, O Mercantil, La Revue Diplomatique; O Anglo-Lusitano, entre outros) para além de recortes de imprensa, petições, instruções, cartas patentes, e temáticas como relações com os indígenas nos concelhos do interior, obras públicas (enquanto governador de Moçâmedes); documentos sobre assuntos do Governo da Índia, ou ainda apontamentos manuscritos (discursos, requerimentos, relatórios, projectos de lei, portarias, propostas de serviço marítimo, arsenal da marinha, serviço sanitário, polícia, colónias).

Outro conjunto é constituido pelas cartas enviadas por Francisco Joaquim Ferreira do Amaral a Francisco Joaquim da Costa e Silva (32 cartas, caixa 17).

Há também documentação respeitante a Manuel Jorge de Oliveira Lima, padrasto do anterior, (caixa 15). Trata -se, igualmen te, de correspondência recebida, destacando-se, entre os remetentes, várias personalidades de renome na época. É o caso de Alexandre Herculano, para citar apenas um exemplo.

Refira-se ainda a correspondência remetida a D. Maria Helena de Albuquerque (nascida em 1818), por João Maria Ferreira do Amaral, seu primeiro marido, e pelo Visconde de Torrebela (4 cartas e 1 carta, respectivamente caixa 1).
Destacam-se ainda cartas de Alberto Eça de Queirós, secretário da Fazenda em Angola (26 cartas - caixa 1).
Inclui também documentação relativa a António Jorge de Oliveira Lima, (autos de posse, recibos, declarações de dívidas, instruções, diplomas de habilitações, mercês honorificas, etc. (caixa 16, pastas 1, 2), a José Joaquim de Oliveira, tio do anterior, a Bernardino José de Oliveira e Leocádia Leonor de Lima, pais do referido António Jorge, a Ana Maria de Sousa, sua avó, e a João Jorge de Oliveira Lima (prazos, escrituras de compra, certidões de pagamento de sisas - respeitantes às propriedades pertencentes à Casa do Muro, na localidade de São Miguel de Paredes, Penafiel- declarações de dívidas, testamentos, etc. - caixa 16, pasta 1), a José Joaquim Alves (correspondência recebida - caixa 16, pasta 3), a Henriqueta Alves, sua filha (1 carta de João Maria Ferreira do Amaral; requerimento ao rei, feito em conjunto com sua irmã, após a morte de seu pai, para atribuição de uma pensão pelos serviços por ele prestados - caixa 1 e caixa 16, pasta 3, respectivamente)
Organização:
A documentação encontra-se organizada segundo os respectivos produtores. De referir, entre as excepções, o maço 1 da caixa 16, que reúne documentação de diferentes produtores, por ser mais antiga e se reportar às propriedades pertencentes à Casa do Muro, localidade de Paredes.
A correspondência recebida encontra-se quase toda separada e ordenada alfabeticamente pelo apelido do respectivo remetente e, dentro destes, por ordem cronológica. De referir que as 6 últimas caixas não apresentam um conteúdo tão homogéneo como as anteriores, uma vez que para além de correspondência institucional, não ordenada, apresentam um conteúdo mais diversificado, tendo até as n° 18, 19 e 20 recebido a classificação de vária. À excepção da 16, que reúne documentação de vários autores, as restantes reportam-se todas a Francisco Joaquim Ferreira do Amaral.