João Mendes do Amaral Tipo: Fundo (Colecção)
Dimensão:
Datas: 1917-1981
História:
João do Amaral nasceu em Alcácer do Sal, a 18 de Janeiro de 1893, tendo falecido em Lisboa, com 88 anos. Casou com Maria Celestina da Costa Alemão Teixeira do Amaral. Era cunhado de Manuel da Costa Alemão Teixeira e pai de Maria Luísa Costa Alemão Teixeira do Amaral, casada com Mimon Anahory, e de Manuel Carlos da Costa Alemão Teixeira do Amaral. Licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra (1918), nunca exerceu advocacia. Dedicou-se ao jornalismo, tendo colaborado com O Intransigente e com A Monarquia, foi director do jornal A Ideia Nacional, em 1927, e subdirector do Diário de Notícias (1938-1939), durante a direcção de Eduardo Schwalbach, e em várias revistas, nomeadamente A Nação Portuguesa. Desenvolveu alguma actividade literária, chegando a publicar um livro. É considerado um dos fundadores do Integralismo Lusitano. Foi deputado na Assembleia Nacional em oito legislaturas sucessivas, de 1937 a 1969 e dirigente da União Nacional. Considerado colaborador próximo e amigo do presidente do Conselho António de Oliveira Salazar, foi por este encarregado de diversas missões, entre as quais se destacam as negociações para o casamento do Pretendente ao Trono de Portugal, D. Duarte Nuno, Duque de Bragança, no Brasil (1942) e negociação para a recuperação do paquete Santa Maria, apresado por opositores ao regime liderados por Henrique Galvão (1961). Pertenceu ao Conselho de Administração da Companhia Nacional de Navegação, ao Conselho Fiscal da Companhia Portuguesa de Tabacos, e integrou o Conselho de Administração da Companhia de Seguros A Mundial. Descrição: Inclui documentação pertencente a João doAmaral, a sua mulher, D. Maria Celestina da Costa Alemão Teixeira do Amaral, e a sua filha, D. Maria Luísa Costa Alemão Teixeira do Amaral Anahory. A documentação produzida e acumulada por João do Amaral é constituída por correspondência decorrente da sua actividade profissional e política, além da de carácter pessoal. Enquanto editor e subdirector do jornal Diário de Notícias, refiram-se: carta do Primeiro Ministro Neville Chamberlain, datada de 1939; carta de António Correia de Oliveira, datada de 1927; cartões, cartas e telegramas condenando as pressões exercidas pela Maçonaria para forçar a sua saída de editor e subdirector do Diário de Notícias. Reportam-se a 1939 e são remetidos por pessoas como Alberto de Oliveira, Alberto de Monsaraz, Alberto Ramires dos Reis, Augusto Pereira de Melo, Cancela de Abreu, Fernando Cortez Pizarro de Sampaio e Melo, Francisco Manso Preto, Hipólito Raposo, João e Pedro d'Assis Mascarenhas de Barros, João de Azevedo Coutinho, Joaquim Filipe Fortes de Mendonça Corte Real, Joaquim Paço de Arcos, Maurício de Oliveira, Manuel de Mendonça Corte Real, Miguel d'Assis Mascarenhas de Barros, e de organismos como a Causa Monárquica. Relacionada com o jornal Diário Popular salienta-se uma carta remetida por José Maria Ferreira Delgado, em 1945. Da sua actividade na Companhia de Seguros Mundial, existe correspondência datada de 1936 e 1937, reportando-se a acções da Companhia, referindo alguns dos seus detentores: Acácio Barreiro, Pancada de Morais, David Zeguei, João Pereira. Decorrente da sua actividade política, apresenta correspondência remetida por António de Oliveira Salazar, entre 1938 e 1953, abordando questões como a censura exercida sobre o tema política colonial portuguesa no jornal Diário de Notícias, as comemorações do Centenário do Brasil e o envio da missão portuguesa, a bordo do navio Serpa Pinto, e da qual fazia parte João Amaral, felicitações por discursos políticos realizados no âmbito de sessões de propaganda eleitoral da União Nacional, sendo João Amaral candidato a deputado à Assembleia Nacional por Setúbal. Ainda relacionada com a actividade política, inclui correspondência remetida por Marcello Caetano, em 1954, por João de Azevedo Coutinho, em 1941, por Júlio Dantas, entre 1941 e 1943, por Alfredo Pimenta, Aires de Ornelas, Alberto Monsaraz, José Pequito Rebelo. Inclui vários discursos políticos, dos quais se salienta: um dirigido à Junta Central do Integralismo Lusitano, em Lisboa, em 1927; outro proferido na sessão de propaganda da candidatura do General Craveiro Lopes à Presidência da República, em 1951; outro por ocasião de uma sessão de propaganda eleitoral enquanto candidato a deputado da União Nacional por Setúbal, realizado nesta cidade em 1953. A colecção contém ainda conferências e artigos da autoria de João Amaral, publicados em jornais ou revistas, bem como muitos recortes das respectivas edições, e artigos que referem a sua actividade política. Destaca-se um folheto datado de 1961 intitulado "A condenação pública ao ataque ao Santa Maria", bem como recortes de jornais sobre este assunto. Entre os documentos de carácter pessoal podem referir-se os manuscritos literários produzidos por João Amaral e por seu genro, Mimon Anahory, datados dos anos de 1917 a 1920, incluindo poesia, uma ópera cómica, etc. A documentação de Maria Celestina da Costa Alemão Teixeira do Amaral reveste-se de carácter pessoal. Trata-se de correspondência que lhe foi enviada pelo marido, pela filha, e por António de Oliveira Salazar, esta última entre 1952 e 1953. O mesmo se passa em relação à documentação de D. Maria Luísa Costa Alemão Teixeira do Amaral Anahory. Encerra correspondência que lhe foi dirigida pelo pai, com indicações sobre o património familiar e forma de proceder à sua repartição e disposições a tomar após a sua morte; pelo primo, Luís Forjaz Trigueiros, de 1969 a 1981, enviada do Rio de Janeiro, após a sua fixação nessa cidade, e de vários lugares do mundo, por altura de férias; por Marcello Caetano, parte já do período de exílio no Rio de Janeiro - 1977-1978; por Alberto Franco Nogueira, datadas de 1975 a 1979, na sua maioria enviadas de Londres, durante o tempo em que residiu nessa cidade após 1974. Mencionem-se ainda os recortes de jornais, noticiando a morte de familiares, ou artigos sobre a actividade profissional e política por eles desenvolvida. É o caso de José da Costa Alemão Coimbra, Manuel da Costa Alemão Teixeira, Francisco Augusto da Costa Amaral, José Pedro Teixeira, entre outros. Um desses jornais remonta a 1872. De referir a existência de fotografias, uma de António de Oliveira Salazar, várias tiradas a bordo do navio Serpa Pinto, bem como uma medalha comemorativa do 40° aniversário da primeira lição dada por Marcello Caetano (1933- 1973). Organização: A documentação não foi ainda alvo de tratamento arquivístico. Encontra-se organizada em lotes, descritos de forma sumária pelo livreiro que procedeu à sua venda. Parece ter sido alvo de uma tentativa de organização anterior, por parte de Maria Luísa Costa Alemão Teixeira do Amaral Anahory, que inclusivamente anotou e teceu algumas considerações em vários documentos ou conjuntos de documentos. Notas:
Documentação privada, tornada pública. Contém documentação sujeita a reservas, nomeadamente correspondência pessoal recebida por Maria Luísa Costa Alemão Teixeira do Amaral Anahory, ao abrigo do n° 2 do art" 17° do Decreto Lei 16/93, de 23 de Janeiro. |